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As revoluções na América Latina contemporânea: entre o ciclo revolucionário e as democracias restringidas

O desenlace de impasses e disputas gestadas muitas vezes em décadas de contradições nas sociedades latino-americanas, e que tem como base as históricas injustiças e as profundas desigualdades na distribuição da renda, nem sempre terminou em crises revolucionárias. Entretanto, reformas e modificações económico-sociais, de diferentes intensidades e marcadas pelo signo da violência política, foram um denominador comum a quase todas as histórias nacionais. E é dessas experiências, independente do potencial transformador das estruturas sociais que as mesmas puderam alcançar, que queremos tratar neste livro, a partir do estudo de alguns casos: Colômbia, Paraguai, Argentina, Venezuela, El Salvador e Bolívia. Estamos frente a estudos diversos, de movimentos transformadores e mesmo transgressores, que se deram não apenas em períodos históricos relativamente curtos. Algumas experiências com potencial de mudança das estruturas sociais de alcances limitados, mas que não deixam de ser revolucionárias, pois a violência amparou minimamente alterações no status quo. Experiências que passamos a viver nessas últimas décadas do século XX em situação aparentemente paradoxal, pois ao mesmo tempo em que esteve em curso "processo(s) democratizador(es)", ampliou-se a criminalização das lutas sociais.